A imagem acima é do meu acervo pessoal e faz parte de uma coleção linda de peças dos índios brasileiros, que iniciei aos 17 anos. Essa peça foi um presente que ganhei da minha mãe, Giselda Pistelli.
Novamente trazendo o grafismo indígena como inspiração e pesquisa para meu trabalho plástico.
Esse objeto, é uma roda de teto original dos povos indígenas Wayana e Aparaí. As rodas de teto são chamadas de Maruana, e são instaladas na casa especial, diferente aonde moram as famílias.
A casa especial é de arquitetura circular, esta localizada no centro da aldeia, é para uso comunitário na sociedade Wayana e Aparaí, seu pé direito é muito alto e a madeira (coluna) que esta ancorada no centro é de uma árvore de enormes proporções do território amazonense chamada Samaúma.

Os grafismos dos povos Wayana e Aparaí, no caso da roda de teto (nome: Maruana) não são encontrados em nenhum outro objeto fabricado. A fabricação (roda de teto) da pintura é uma atividade que reune os homens e algumas mulheres e é executada fora da aldeia.
Acreditam que o grafismo e as formas usadas foram trazidas por entidades, advindo desse contato através de sonhos e relação com o universo espiritual, trazidos pela natureza.
Na roda de teto encontramos, figuras de lagartas sobrenaturais, acreditam que os primeiros grafismos vieram desenhados em seus corpos. Os triângulos laterais são interpretações de borboletas.

Os Uaianas autodenominados Wayana, são povos indígenas que habitam o noroeste do estado do Pará, na região de fronteira entre Brasil e Suriname e a Guiana Francesa, mais precisamente aterra indígena Rio Paru d’este e o parque indígena Tumucumaque, duas áreas contíguas que também abrigam outras tribos. A convivência entre os Wayana e os Aparaí é antiga, os costumes, a arte e a vida, tornaram se una.

Imagem de outros grafismos. A arte gráfica são identificadas como milikut mehum.

Livro de arte grafica Wayana e Aparaí.